A Arábia Pré-Islâmica

O exame do mapa do maior hemisfério nos mostra a Península Arábica, situada no ponto de confluência dos três grandes continentes; Ásia, África e a Europa, nesse período, esse extenso subcontinente arábico, composto, principalmente, Por regiões desérticas, era habitado por povos sedentários, tanto quanto por nômades.

Não raro, membros da mesma tribo dividiam-se entre ambos os modos de vida, e preservavam o seu relacionamento, apesar de seguirem tais caminhos diferentes, os meios de subsistência, na Arábia, eram escassos, o deserto oferecia inúmeras desvantagens, fazendo com que as caravanas comerciais tivessem uma importância maior do que a agricultura e a indústria.

 Isto implicava em viagens constantes, fazendo com que homens ultrapassassem a península, para adentra a Síria, Egito, Abissínia, Iraque, Índia e outras terras. Pouco sabemos a respeito dos Lihyanitas da Arábia Central, mas o Iêmen era justificadamente conhecido como Arábia Felix, tendo outrora sido a sede das civilizações florescente de Sabá e de Ma'in, antes mesmo da fundação de Roma, e tendo, posteriormente, conquistado algumas províncias de Bizâncio e dos persas, o grande Iêmen, que havia passado pelos melhores dias da sua existência, encontrava-se, nessa altura, repartido em inúmeros principados, e em parte até ocupado Por invasores estrangeiros.

Os Sassânidas do Irã, que haviam penetrado no Iêmen, já tinham se apossado da Arábia Oriental, na capital Madaín (Ctesifon), reinava o caos sócio-político, que se refletia nos demais territórios, a Arábia do Norte havia sucumbido sob a influência Bizantina, e enfrentava os seus problemas, somente a Arábia Central permanecia imune aos efeitos desmoralizantes da ocupação estrangeira.

Nesta área limitada, a existência do triângulo; Makkah, Ta'if, Madina, parecia algo providencial, Makkah desértica, carente de água e dos benefícios da agricultura, representava por suas características físicas, a África e o escaldante deserto. A uns meros oitenta quilômetros de distância, Ta'if; apresentava um retrato da Europa, com suas geadas, Madina; situada mais ao norte, não era menos fértil do que os países mais temperados, como a Síria, se é que o clima exercia alguma influência na natureza do caráter humano, este triângulo, situado no centro do maior hemisfério, era, mais do que qualquer outra região da terra, uma reprodução miniaturizada do mundo todo.

E foi aí que nasceu um descendente de Abraão da Babilônia e da egípcia Hagar, Muhammad, o Profeta do Islam, natural de Makkah por nascimento, mas relacionado consanguinamente, tanto a Madina como a Ta'if.

A Religião 

Do ponto de vista religioso, a Arábia era idólatra, somente uns poucos indivíduos haviam abraçado  religiões como o cristianismo, o masdeísmo, entre outras, os nativos de Makkah possuíam uma noção do Deus Único, porém acreditavam, também, que os ídolos tinham poder de interceder junto a Deus.

Curiosamente, eles acreditavam na ressurreição e na outra vida, haviam preservado o ritual da peregrinação ao Deus Único, à Kaaba, um costume instituído por inspiração divina ao seu ancestral Abraão; entretanto, os dois mil anos que os separava, do tempo de Abraão haviam degenerado essa peregrinação, transformando-a num espetáculo de feira comercial e numa oportunidade para a idolatria insensata, o que, longe  de produzir qualquer bem, servia tão somente para corromper o seu comportamento individual, tanto no contexto social, como no espiritual. 

A Sociedade

A despeito da relativa, pobreza de recursos naturais, Makkah era o mais desenvolvido, dos três núcleos do triângulo, dos três, somente Makkah se constituíra em cidade-estado, sendo governada por um conselho de dez chefes hereditários, que desfrutavam de uma nítida divisão de poderes.

Gozando de boa reputação como caravaneiros os nativos de Makkah conseguiam obter permissão dos impérios vizinhos, bem como firmar tratados com as tribos que habitavam as rotas usadas por tais caravanas, para transitar por seus territórios e negociar, no comércio de importação e exportação.

Eles também proporcionavam escolta para os estrangeiros que passassem pelo seu país, bem como pelos territórios das tribos que eram suas aliadas da Arábia. Apesar de não estarem muito interessados em preservar idéias e registros escritos, cultivavam apaixonadamente as artes e as letras, como a poesia, a oratória e histórias folclóricas.

Fonte: islam.org.br

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