Sistema moral do Islam

O Islam estipulou direitos universais e primordiais para a humanidade como um todo, para serem observados e respeitados sob todas as circunstâncias. Para alcançar estes direitos, o Islam oferece não apenas uma proteção legal, mas também um sistema moral extremamente efetivo. Assim, aquilo que conduz ao bem-estar do indivíduo ou da sociedade é moralmente ruim. O Islam dá tanta importância ao amor de Deus e ao homem que previne contra muito formalismo. Lemos no Alcorão Sagrado:

"A virtude não consiste só em que orienteis vossos rostos até o levante ou o poente. A verdadeira virtude é a de quem crê em Deus, no Dia do Juízo Final, nos anjo, no Livro e nos profetas; de quem distribui seus bens em em caridade por amor a Deus, entre parentes, órfãos, necessitados, viajantes, mendigos e em resgate de cativos. Aqueles que observam a oração, pagam zakat, cumprem os compromissos contraídos, são pacientes na miséria e na adversidade ou durante o combate, são os verdadeiros fiéis e são os que temem a Deus." (2ª Surata, versículo 189).

Demos uma bela descrição daquele que é virtuoso e temente a Deus nesses versículos. Ele deve obedecer regras saudáveis, mas deve fixar o seu olhar no amor a Deus e no amor a seus semelhantes.
São-nos dados quatro pontos principais:

 

 

  1. Nossa fé deve ser verdadeira e sincera;

  2. Devemos estar preparados para demonstrá-la nos atos de caridade aos nossos semelhantes;

  3. Devemos ser bons cidadãos, mantendo as organizações sociais;

  4. Nossa alma individual deve ser firme e inabalável, em todas as circunstâncias.

 


Este é o modelo pelo qual um modo de conduta particular é julgado e classificado como bom ou mau. Tal modelo de julgamento proporciona os núcleos ao redor dos quais todo o modelo de conduta deve girar. Antes de estipular qualquer injunção moral, o Islam procura implantar firmemente no coração humano a convicção de que seus negócios são com Deus, Que o vê todo o tempo e em todos os lugares; de que ele pode se esconder de todo o mundo, mas não pode se esconder d´Ele; de que pode ganhar a qualquer um, mas não consegue enganar a Deus; de que pode escapar das garras de qualquer um, mas não consegue se libertar das malhas de Deus.
Assim, ao determinar o aprazimento de Deus como o objetivo da vida humana, o Islam forneceu o mais alto modelo possível de imoralidade. Isto é determinado para proporcionar vias ilimitadas para a evolução moral da humanidade.

Ao transformar as revelações divinas na principal fonte de conhecimento, o Islam dá permanência e estabilidade aos modelos morais que propiciam oportunidade razoável para um ajustamento genuíno, adaptações e inovações, mas não para perversões, variações selvagens, relativismo atomístico ou fluidez moral. Ele propicia uma sanção à moralidade no amor e no temor a Deus, o que impele o homem a obedecer a lei moral, mesmo sem qualquer pressão externa.

Por intermédio da crença em Deus e no Dia do Juízo, ele oferece uma força que capacita o indivíduo a adotar a conduta moral com seriedade, com toda a devoção do coração e da alma. Ele não proporciona, através de uma falsa impressão de originalidade e inovação, qualquer nova virtude moral, nem procura minimizar a importância das bem conhecidas normas morais, nem dá uma exagerada importância a uma, negligenciando outras sem motivo. Adota todas as virtudes morais conhecidas e, com um senso de equilíbrio e proporção, estipula o local adequado e a função para cada uma delas no esquema total da vida. Amplia o âmbito da vida individual e coletiva do homem, suas associações domésticas, sua conduta cívicas e suas atividade nos domínios políticos, econômicos, legais, educacionais e sociais.

O Islam abrange a vida do homem desde o lar até a sociedade, desde a mesa de jantar até o campo de batalha, em época de paz e durante as conferências, literalmente desde o berço até a sepultura. Em resumo, não há nenhuma esfera da vida que esteja livre das aplicações universais e compreensivas dos princípios do Islam. Ele torna o reino da moralidade suprema e assegura que os assuntos de vida, ao invés de serem denominados por desejos egoísticos e interesses insignificantes, devem ser regulados por normas de moralidade.

Ele estipula para o homem um sistema de vida baseado totalmente na prática do bem e, com isso, está livre de toda a prática do mal. Convoca as pessoas não a praticarem apenas virtude, mas também para estabelecê-la e erradicar o vício, para proclamarem o bem e coibir o mal. Deseja que o veredito da consciência prevaleça e a virtude não seja dividida para ficar em segundo plano, ou seja, para o mal. Aqueles que atendem ao chamado são reunidos numa comunidade e é-lhes dado o nome de muçulmanos. O objetivo singular reforçando a formação dessa comunidade é que ele faz um organizado esforço para estabelecer e fortalecer a benevolência e suprimir e erradicar a maldade.

Fornecemos, em seguida, alguns ensinamentos morais básicos do Islam para vários aspectos da vida de um muçulmano. Eles cobrem o amplo espectro da conduta pessoal e moral de um muçulmano, bem como suas responsabilidades sociais.


O TEMOR A DEUS

O Alcorão o designa como a mais alta virtude do muçulmano:

"O mais honrado dentre vós, ante a Deus, é o mais temente." (49ª Surata, versículo 13).

A humildade, a modéstia, o controle das paixões e dos desejos, a veracidade, integridade, paciência, perseverança e o cumprimento da promessa são valores morais acentuados sobremaneira no Alcorão. Ele diz:

"Deus aprecia os perseverantes." (3ª Surata, versículo 146)]

E diz:

"Emulai-vos em obter indulgência de vosso Senhor e um Paraíso cuja amplitude é igual à dos céus e da terra e que está preparado para os tementes, que fazem caridade tanto na prosperidade como na adversidade; que repelem a cólera; que indultam o próximo. Sabei que Deus aprecia os benfeitores." (3ª Surata, versículos 133-134).

E diz mais:
"Observa a oração, recomenda o bem, proíbe o ilícito e sofre pacientemente tudo quanto te suceda, porque isto é firmeza (de propósito na condução) dos assuntos. E não vires o rosto à gente, nem andes isoladamente pela terra, porque Deus não estima arrogante e jactancioso algum. E modera o teu andar e baixa atua voz, porque o mais desagradável dos sons é o zurro dos asnos." (31ª Surata, versículos 17-19).

Sumariando a conduta moral do muçulmano, o Profeta disse:
"Meu Senhor me deu nove Mandamentos: A sinceridade, quer privativa, quer publicamente; o falar equitativamente, quer esteja zangado ou alegrwe; mostrar moderação na pobreza e na riqueza; o perdoar que foi injusto comigo; o dar a quem me recusa; que meu silêncio deva ser ocupado com pensamentos; que meu olhar deve ser de admoestação; que minhas palavras sejam de recordação a Deus".


RESPONSABILIDADES SOCIAIS

Os ensinamentos do Islam a respeito das responsabilidades sociais são baseados na bondade e nas considerações para com os outros, uma vez que uma ampla injunção para se ser bom é igualmente ignorada em situações específicas. O Islam dá ênfase à atos específicos de bondade e define as responsabilidades e os direitos de vários relacionamentos. Em um círculo mais largo de relacionamento, então, nossa primeira obrigação é para com a nossa própria família, pais, marido ou esposa e filhos, então para com os outros parentes, com os vizinhos, amigos, conhecidos, órfãos, viúvas, necessitados, irmãos muçulmanos, todos os nossos irmãos humanos e para com os animais.


OS PAIS

Respeitar e cuidar dos pais é muito acentuado nos ensinamentos islâmicos, e é uma parte importante de uma expressão de fé do muçulmano. O Alcorão Sagrado diz: "O decreto de teu Senhor é que não adoreis senão a Ele; que sejais indulgentes com vossos pais, mesmo que a velhice alcance a um deles ou a ambos, em vossa companhia; não os reproveis nem os repilais; outrossim, dirigi-lhes palavras honrosas. E estende sobre eles a asa da humilde e dize: Ó Senhor meu, tem misericórdia de ambos, como eles tiveram misericórdia de mim, criando-me desde pequenino !" (17ª Surata, versículos 23-24).

OS OUTROS PARENTES

"Concede a teu parente o que lhe é devido, bem como ao necessitado ao viajante; mas não seja perdulário." (17ª Surata, versículo 26).

VIZINHOS

O Profeta disse: "Não é crédulo aquele que come quando o seu vizinho próximo está com fome." E disse: "Não é crédulo aquele que injuria o seu vizinho."
Atualmente, de acordo com o Alcorão Sagrado e a sunnah, o muçulmano tem de cumprir suas responsabilidades morais não apenas para com seus pais, parentes e vizinhos, mas para com toda a humanidade, com os animais, as árvores e plantas. Por exemplo, caçar pássaros e animais, por esporte, não é permitido. Similarmente, cortar árvores e plantas que fornecem frutos é proibido, a menos que haja uma grande necessidade para isso.

Assim, sobre as características morais básicas,o Islam constrói um sistema de moralidade, em virtude do qual a humanidade pode alcançar o seu maior potencial. O Islam purifica a alma do egoísmo, da tirania, da licenciosidade e da indisciplina. Ele cria o homem temente a Deus, devotado a seus ideais; dominado pela piedade, abstinência e disciplina e, descompromissado com a falsidade.Ele o induz a sentimentos da responsabilidade moral e lhe cria a capacidade para o auto-controle. O Islam gera bondade, generosidade, compaixão, simpatia, paz desinteressada boa vontade e, escrupulosa equidade e veracidade para com toda a criação, em todas as situações e fomenta as qualidades nobres das quais só se pode esperar o bem.

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