Jerusalém: A Primeira Quibla dos Muçulmanos
Jerusalém, Bait Al Makdis, é o símbolo de inspiração, para os muçulmanos, ela representa o local da Viagem Noturna, o local de um dos mais sagrados santuários do Islam.
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Mesquita Sagrada de Al Aqsa | Mesquita da Cúpula da Rocha |
Uma característica importante de Jerusalém, que cobre uma área de 109 quilômetros quadrados, é a variedade de seus habitantes e de suas construções, Cidade Velha abriga setores muçulmanos, judeus, cristãos e armênios. Vê-se árabes, em seus trajes tradicionais, clérigos, das três crenças, muitas tradições e muitos hóspedes turistas, que combinam vários padrões.
Sinagogas, igrejas e mesquitas; instituições governamentais, lojas, hotéis, escritórios o moradias de vários estilos, quase todas construídas com a bela pedra de Jerusalém, o que faz da cidade um único mosaico arquitetônico.
O primitivo núcleo da cidade era chamado Jebus, ou cidade dos jebuseus, antes da chegada dos hebreus, a primeira referência histórica a Jerusalém remonta a 1900 a.C, aproximadamente, quando este nome aparece em textos egípcios, cidade estava sujeita àquele país.
Foram descobertas mensagens do governador de Jerusalém ao faraó, pedindo socorro contra invasores que ameaçavam a cidade. Até a época de sua conquista, pelos hebreus, ocorrida pouco depois de 1000 a. C., Jerusalém é mencionada como cidade dos cananeus.
Quando Davi a tomou, para os hebreus, ela tomou-se a capital do seu reino o transfonnou-a, também, em centro religioso. Sob o reinado de Salomão, seus muros foram ampliados, construiu-se imenso templo e um luxuoso palácio real. No reinado seguinte, porém, o exército de Xexonque, rei do Egito, entrou na cidade, pilhando os tesouros do templo e do palácio, em 926 a.C. No reinado de Oséias, Jerusalém foi abalada por um terremoto.
Destruída por Nabucodonosor II, em 586 a.C., foi devolvida aos judeus por Ciro, em 538 a.C. Neemias reconstruiu seus muros, em meados do século V a.C. Com o nome de Cidade da Palestina, esteve, sucessivamente, sob o domínio de Alexandre Magno, dos ptolomeus, dos selêucidas e dos romanos.
O contato com o mundo grego foi acompanhado por um de intenso choque entre as tendências helenísticas e as antigas tradições judaicas, o que se refletiu, profundamente, na vida da cidade. Em conseqüência da rebelião dos macabeus, Jerusalém tornou-se novamente a sede de um Estado judaico independente. Todavia, o domínio de Roma não tardou a estender-se sobre a Palestina, abrangendo também a Capital.
Em 69-70 d.C., a cidade foi palco de uma grande rebelião contra o jugo romano. Lutando contra os revoltosos, Tito sitiou a cidade e capturou-a, destruindo o Templo e arrasando a maior parte das casas, bem como as muralhas, em quase toda a sua extensão.
Milhares de habitantes foram, então, massacrados, vendidos como escravos ou enviados a cidades diversas, sob o domínio de Roma., a fim de servir de pasto às feras, nos, anfiteatros. No reinado do imperador Adriano, os romanos começaram a fortificá-la novamente, imprimindo-lhe um caráter de cidade pagã.
Concluída a reconstrução, foi denominada Aelia Capitolina. Abafada a derradeira rebelião dos judeus contra os romanos, em 135 d. C., a cidade sofreu as conseqüências de nova c impiedosa repressão, sendo os habitantes sobreviventes dispersos pelo mundo. Transformada em cidade cristã por Constantino, 325 d.C., Jerusalém esteve em poder dos persas de 614 a 629.
Período Islâmico
Em 638 o Califa Umar Ibn Al Khattab entrou em Jerusalém, e durante o período de 688 a 691, o décimo califa, Abdul Malik lbn Marwan construiu a Cúpula da Rocha.
- Cúpula da Rocha
Ambas as dinastias, a omíada e a abássida, seguiram uma política liberal, quanto aos cristãos e judeus. Em 969, o controle de Jerusalém passou para os Chiitas do califado fatimida do Egito. Em 1071, os turcos seljúcidas derrotaram os bizantinos, substituíram os egípcios, como senhores dos lugares sagrados, e cortaram as rotas de peregrinação, constituindo a causa imediata das Cruzadas.
Tomada pelos cruzados, a cidade tomou-se a sede do reino latino de Jerusalém, em 1099. Reconquistada por Saladino, em 1187, a sua retomada, pelos cristãos, tornou-se o objetivo de várias cruzadas. Esteve em poder dos cristãos de 1229 a 1244, mas foi retomada pelos muçulmanos em 1244.
Mesquita Sagrada de Al Aqsa | ||||
Em 1247 a cidade cai novamente, sob o domínio egípcio e permaneceu sujeita aos mamelucos, até 1517, quando o sultão otomano Salim I, a conquistou, estabelecendo, aí um regime turco, que durou exatamente 400 anos. Durante os três séculos seguintes a cidade quase não tem história.
De 1832 a 1840, a Palestina foi governada por Muhammad Ali Pashá, do Egito, e por seu filho, Ibrahim. Em 1838, um consulado britânico (a primeira representação européia) foi aberto e, em 1841, o bispado anglicano foi fundado. A imigração judaica foi estimulada, e a arqueologia começou a revelar o passado da cidade.
Estando sob o domínio turco, por ocasião da 1ª Guerra Mundial, os ingleses estimularam uma rebelião dos árabes contra o domínio otomano, e um exército anglo-árabe entrou na cidade, em 9 de dezembro de 1917.
- Interior da Mesquita da Cúpula da Rocha
Durante a guerra dos árabes contra os sionistas, em 1948-49, a cidade perdeu a sua parte nova para os sionistas. Em 1949, a ONU determinou a internacionalização de Jerusalém.
De 1949 a 1967, Jerusalém permaneceu dividida nos setores israelense e jordaniano. Durante a Guerra dos Seis Dias, de junho de 1967, Israel ocupou o setor árabe de Jerusalém sobre o qual alega jurisdição, como uma parte integral da cidade unificada. A alegação não foi reconhecida nem pela Jordânia, nem pelas Nações Unidas.
Maquete da Cúpula da Rocha.