O Islam e o Desenvolvimento Da Arte
Assim como no caso da Ciência, também nas Artes foi o Alcorão Sagrado que estabeleceu a iniciativa de seu desenvolvimento, entre os muçulmanos.
A recitação liturgica do Alcorão Sagrado, criou uma nova forma de melodia, a conservação do seu texto tornou necessário o desenvolvimento da caligrafia e da encadernação.
A edificação de Mesquitas desenvolveu a arquitetura e a arte decorativa, a estas; foram, posteriormente, acrescentadas as necessidades seculares dos mais abastados.
O Islam, em seu zelo pelo estabelecimento de um equilíbrio entre o corpo e a alma, ensinava a moderação em todas as coisas, levando os talentos naturais na direção certa, e fazendo com que o homem se desenvolva como um todo harmônico.
Lemos no Sahih Muslim, um hadice do Profeta Muhammad que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele, que diz:
''Deus é Belo e ama a beleza.''
Diz Deus o Altíssimo, no Alcorão Sagrado:
''Tudo quanto existe sobre a terra, criamo-lo para ornamentá-la, a fim de experimentarmos e vermos aqueles, dentre eles, que melhor se comportam.'' (Alcorão Sagrado 18:7)
''Revesti-vos do vosso melhor atavio quando fordes às Mesquitas.'' (Alcorão Sagrado 7:31)
Durante a vida do Profeta Muhammad que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele, foi nos dado a conhecer um fato bastante esclarecedor:
Certo dia o Profeta Muhammad, viu um túmulo, que ainda não estava nivelado pôr dentro, e ordenou que o túmulo fosse nivelado, acrescentando que isso não faria nem bem, nem mal aos mortos mas que seria mais agradável aos olhos dos vivos.
A capacidade e o gosto para apreciar as belas artes são inatos, no homem, como no caso de todas as outras dádivas naturais, o Islam procura desenvolver os talentos artísticos com espirito de moderação, podemos lembrar que o excesso de alienação e de práticas espirituais é proibido no Islam.
O Mimbar (púlpito) da Mesquita, que foi preparado para o profeta, foi decorado com duas bolas, parecidas com uma romã, e os do pequenos netos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), adoravam ficar brincando com elas, e este foi o início da arte de entalhar madeira.
Mais tarde cópias do Alcorão Sagrado, foram embelezadas com cores, e eram tomados os maiores cuidados, na sua encadernação, enfim, o Islam jamais proibiu o progresso artístico.
A única restrição que fez foi quanto a representação de figuras de animais incluindo a do ser humano, a proibição não parece, entretanto ser absoluta, porém o Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), impôs uma restrição a este tipo de atividade.
As razões para tanto são metafísicas, bem como biológicas e sociais, na criação, dos diversos reinos, o animal é mais alta das manifestações, sendo os minerais e vegetais de ordem inferior.
Portanto, na sua ansiedade de mostrar um profundo respeito pelo Criador, o homem reserva a Deus o privilegio da criação suprema, e se contenta com a representação de seres e objetos inferiores.
O aspecto biológico é o de que o talento não aproveitado reforça aqueles que estão em uso constante, desse modo, o cego possui uma memória e uma sensibilidade que são muito superiores às dos homens normais.
Abstendo-se da representação do reino animal, na pintura, no entalhe, na escultura etc..., o talento inato do artista busca outros canais de extravasamento e se manifesta, com maior vigor, nos outros domínios da arte.
Quanto ao aspecto social, o horror ao chauvinismo degenera em idolatria, e a restrição à representação de formas animais imporia, também, uma restrição à idolatria, há, no entanto, várias exceções, tais como a dos brinquedos das crianças, a decoração de tapetes e tapeçarias, sendo ambos tendo sido explicitamente tolerados pelo Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele), necessidades científicas, para o ensino da anatomia, antropologia, etc.
E outras de importância igual, nestes casos, a representação não podem ser restritas.
A história demonstra que este freio à arte figurativa, entre os muçulmanos, nunca conteve a arte em geral; pelo contrário foi atingida uma evolução surpreendente, nas esferas não figurativas.
O próprio Alcorão Sagrado, recomendou grandeza, na edificação das Mesquitas, as Mesquitas de Sulleimanyiah em Istambul na Turquia, o Taj Mahal na cidade de Agra na Índia, o Palácio de Al Hambra na cidade de Granada na Espanha, Mesquita Bhong no Paquistão, e outros monumentos, não são, de modo algum, inferiores às obras primas arquitetônicas de outras civilizações, quer em termos de arquitetura, quer em termos de decoração artística.
A caligrafia, como arte, é uma especialidade da arte Islâmica, ela transforma a escrita em uma arte, em vez de se usar as imagens; e está arte caligrafica é empregada na pintura mural ou na escultura, na decoração de tecelagens finas e outros materiais.
Os espécimes excelentes dessa arte, com a sua graça, beleza e poder de execução impressionantes, são coisas para ver, e impossíveis de ser descrita.
Outra arte, que é típica dos muçulmanos, que é a recitação do Alcorão Sagrado, desacompanhada de instrumentos musicais e não sendo, nem se quer em versos, a leitura do Alcorão Sagrado tem atraído grande atenção, desde os tempos do Profeta Muhammad (que a Paz e a Bênção de Deus estejam sobre ele).
A língua Árabe se presta a uma suavidade e a uma melodia, na prosa, dificilmente sobrepujáveis pela poesia rimada de outros idiomas, aqueles que já tiveram a oportunidade de ouvirem um mestre recitador do Alcorão Sagrado, o Qarih, recitando o Alcorão Sagrado, ou mesmo o Muezzin, pronunciando várias vezes ao dia o chamado para as orações, o Adhan, sabem que está especialidade dos muçulmanos têm encantos próprios e inigualáveis.
Em suma, no reino das artes, os muçulmanos fizeram contribuições valiosas, evitando as suas características mais danosas, desenvolvendo os seus aspectos estéticos e inventando coisas novas, para as enriquecer, nesta esfera, também, a sua cota de participação, no desenvolvimento das artes foi considerável.