O mês de Safar
Deus seja louvado e que a paz e as bênçãos estejam com o Mensageiro de Deus.
O mês de Safar é um dos doze meses da Hégira e é o mês que se segue ao Muharram. Alguns (exegetas) disseram que ele tomou este nome porque Meca ficava vazia (isfaar) (isto é, sua população toda partia) quando viajavam durante este mês. Também foi dito que este mês tem o nome de Safar porque os árabes costumavam atacar outras tribos nesta época e deixavam despojados de seus bens (sifran min al-mataa') aqueles que eles encontrassem - ou seja, eles tomavam todos os seus pertences e os deixavam sem nada. (Ver Lisaan al-‘Arab, de Ibn al-Mandhoor, parte 4, p. 462-463)
Nossa discussão a respeito deste mês abrangerá os seguintes pontos:
1. O que a respeito foi narrado dos árabes da Jahiliyyah.
2. O que foi narrado no Islam e que contraria a opinião das pessoas da Jahiliyyah no que se refere a este mês.
3. Inovações e crenças corrompidas referentes a este mês, existentes entre pessoas que se dizem muçulmanas.
4. O que aconteceu neste mês em termos de campanhas militares e acontecimentos importantes na vida do Profeta (saw)
5. Hadices falsos que foram narrados referentes a Safar.
1. O que a respeito foi narrado dos árabes da Jahiliyyah.
Os árabes foram responsáveis por dois erros sérios no que se refere ao mês de Safar. Primeiro, eles brincavam com este mês, ora antecipando ora postergando sua data e, em segundo lugar, eram supersticiosos a respeito do mês.
(i) Sabe-se que Deus criou o ano, e o número de seus meses é doze, quatro dos quais Ele tornou sagrado, quando foi proibido lutar. Estes meses são: Dhu’l-Qi’dah, Dhu’l-Hijjah, Muharram e Rajab. Este entendimento está confirmado no Livro de Allah, onde Ele diz:
"Para Deus o número dos meses é de doze (em um ano), como foi ordenado por Deus no dia em que Ele criou os céus e a terra. Quatro deles são sagrados (isto é, o 1°, o 7°, o 11° e o 12°); tal é o cômputo exato. Durante estes meses não vos condeneis ..." (at-Tawbah 9:36)
Os mushrikin sabiam disto mas eles costumavam postergá-los ou antecipá-los, de acordo com seus caprichos e desejos, como, por exemplo, colocar o mês de Safar no lugar do mês de Muharram!
Eles acreditavam que a 'Umrah realizada durante os meses do Hajj era uma das piores ações. A seguir, alguns comentários de exegetas a respeito disto.
a) Foi narrado que Ibn 'Abas (ra) disse: "Eles achavam que a 'Umrah durante os meses do Hajj era uma das piores ações na terra. Eles faziam em Muharram e Safar e costumavam dizer 'Quando os ferimentos das costas do camelo sararem (depois de retornarem do Hajj) e as pegadas dos camelos se desfizerem e o mês de Safar acabar, então (naquela época) a 'Umrah é permitida para aquele que deseje realizá-la.'" (Narrado por al-Bukhari, 1489 e Muslim, 1240)
b) Ibn al-'Arabi (ra) disse: "O segundo ponto: como postergar (al-nasiy) o que já estava feito:
(i) Foi narrado de ibn 'Abas que Junadah ibn 'Awf ibn Umayyah al-Kinani todos os anos costumava chegar nesta ocasião e ele gritava que ninguém poderia criticar Abu Thamaamah ou rejeitar o que ele dizia e que Safar no primeiro ano não seria sagrado, então nós o tornaríamos sagrado um ano sim outro não. Eles estavam com Hawaazin, Ghatafaan e Bani Sulaym.
De acordo com uma outra versão, ele costumava dizer: "Nós antecipamos o Muharram e postergamos o Safar." Então no ano seguinte ele diria, "Nós tornamos o Safar sagrado e atrasamos o Muharram." Este era o adiantamento.
(ii) Acrescentando. Qutaadah disse: "Algumas pessoas extraviadas deliberadamente acrescentavam o Safar aos meses sagrados. Seus porta-vozes se levantavam na ocasião e diziam, 'Este ano, seus deuses tornaram o Muharram sagrado' e eles respeitavam como se fosse sagrado naquele ano. Então, no ano seguinte, ele se levantava e dizia "Seus deuses fizeram o Safar sagrado", e assim eles respeitavam como se fosse sagrado naquele ano. E diziam (que havia) dois Safars. Ibn Wahb e Ibn al-Qasim narraram algo semelhante de Malik, que disse: "as pessoas da Jahiliyyah costumavam ter dois Safars, por isso que o Profeta (saw) disse, '(Não há) Safar.' Ashhab também narrou algo semelhante."
(iii) Mudando o período do Hajj. Mujahid disse com um isnad diferente: "O adiamento (de um mês sagrado) é na verdade uma adição à descrença" (al-Tawbah 9:37) - eles realizavam o Hajj no mês Dhu'l-Hijjah por dois anos, depois no Muharram por dois anos, e então eles realizavam o Hajj no mês de Safar por dois anos. Eles faziam o Hajj em cada mês por dois anos até quando Abu Bakr fez o Hajj no mês de Dhu'l-Qi'dah, e então quando o Profeta realizou o Hajj estava no mês de Dhu'l-Hijjah. Por isso, o Profeta (saw) disse em seu sermão, de acordo com um hadice sahih:
"O tempo completou um ciclo e assumiu a forma do dia que Allah criou os céus e a terra." Narrado por Ibn 'Abas e outros. Esta versão foi narrada por ele. E ele disse:
"O Mensageiro de Allah (saw) disse: 'Ó gentes, ouvi o que digo, porque não sei se estarei de novo convosco neste lugar depois deste dia. Ó gentes, vosso sangue e riqueza são sagrados até o Dia do encontro com vosso Senhor, assim como é sagrado este dia, deste mês, desta terra. Vós encontrareis vosso Senhor e Ele perguntará sobre vossas ações. Eu transmiti (a mensagem). Quem teve alguma coisa confiada a ele, deixe-o cumprir esta confiança.'
Toda usura (riba) está abolida. Vós tereis todo vosso capital, não tratem com injustiça e não sereis tratados injustamente. Allah decretou que não haverá riba. A riba de 'Abas ibn 'Abd al-Mutalib está abolida.Todas as reivindicações de vingança de sangue pertencentes ao período da jahiliyyah foram abolidas. O primeiro dentre aqueles mortos entre nós, cuja vingança eu perdôo, é Ibn Rabi'ah ibn al-Harith ibn 'Abd al-Mutalib, que foi alimentado entre os Banu Layth e morto pelos Hudhayl." Ele foi o primeiro cuja vingança da jahiliyyah foi abolida.
"Ó gentes, Satanás perdeu a esperança de ter um ser adorado em sua terra mas ele ficará contente de ser obedecido em qualquer outra questão, em coisas que vós pensais serem insignificantes. Portanto, tendes cuidado em questões de vossa religião. O adiamento (de um mês sagrado) é na verdade um acréscimo á descrença pelo qual os infiéis serão desviados ... O tempo completou um ciclo e assumiu a forma do dia que Allah criou os céus e a terra. O número de meses estabelecidos por Allah é de 12, dos quais quatro são sagrados, os três meses consecutivos, e o Rajab Mudar que vem entre Jumada e Sha'ban ..." e ele mencionou o resto do hadice. (Ahkaam al-Qur’aan, 2/503-504)
2. Com relação às superstições referentes ao mês de Safar, elas eram bem conhecidas entre as pessoas da Jahihiyyah e ainda existem entre alguns dos que se dizem muçulmanos.
Foi narrado que Abu Hurayrah disse: "O Mensageiro de Allah (saw) disse: "Não (há) 'Adwa (nenhuma doença contagiosa é transmitida sem a permissão de Allah) nem existe qualquer mau agouro (vindo dos pássaros), nem qualquer Hamah, nem existe (qualquer mau agouro no mês) de Safar, e deveis fugir do leproso como se foge de um leão." (narrado por al-Bukhari, 5387 e Muslim, 2220)
O shaykh Ibn 'Uthaymin (que Allah se compadeça dele) disse: "A palavra 'Safar' foi interpretada de diversas maneiras:
(i) para referir-se ao conhecido mês de Safar, em relação ao qual os árabes eram supersticiosos.
(ii) para referir-se a uma doença do estômago dos camelos que passa de um camelo para o outro e que citada junto com a palavra 'adwa (contágio), tem o sentido de mencionar alguma coisa específica junto a alguma coisa geral.
(iii) Aquele 'Safar' significa o mês de Safar, e o que é citado aqui é o adiamento dos meses sagrados, pelos quais aqueles que não acreditavam extraviaram-se, quando atrasavam os meses sagrados e transformavam o Safar em mês sagrado um ano sim e outro não. A posição mais correta é a que significa o mês de Safar, em relação ao qual havia muitas superstições no período da Jahiliyyah.
O tempo não produz efeito (sobre a vida das pessoas) e Allah jamais decretou que devesse exercer qualquer efeito. Como em qualquer outro mês, o bem e o mal podem acontecer durante este mês.
Se uma ação em particular é realizada no dia 25 de Safar, por exemplo, algumas pessoas anotam a data e dizem: "Terminou no dia 25 deste bom mês de Safar". É a mesma coisa que recusar uma inovação por outra, porque não existem meses bons ou maus. Por isso alguns salaf condenam aqueles que, quando ouvem o pio da coruja dizem "isto é bom, insha Allah". Não se deve dizer que é bom ou mau, pois se trata simplesmente do som de um pássaro, como qualquer outro.
As quatro coisas que o Profeta (saw) negou (no hadice citado acima) indicam que devemos colocar nossa confiança em Allah e sermos sinceros e determinados; o muçulmano não deve se sentir desamparado quando se defronta com essas coisas. Se o muçulmano não prestar atenção a isto, ele se enquadrará em um dos casos a seguir:
- Ou presta atenção a elas e decide se vai em frente ou se se abstém, dependendo da situação em que ele baseia suas ações em algo que não é real.
- Ou ele não presta atenção a elas no sentido de decidir se vai em frente ou se se abstém, mas ele ainda sente uma espécie de preocupação ou ansiedade. Embora isto não seja tão ruim como no primeiro caso, ele não deve se preocupar com estas coisas em absoluto, mas sim depositar sua confiança em Allah somente.
A negação dessas quatro coisas não significa a negação de sua existência, porque elas existem; é a negação de que elas possam produzir qualquer efeito sobre as coisas porque o Único que pode afetar as coisas é Allah. Se houver uma razão que se saiba que produz efeitos, então esta é uma razão verdadeira e toda razão que seja só é imaginada é uma falsa razão. Portanto, negamos seus efeitos e não tem efeito." (Majmoo’ Fataawa al-Shaykh Ibn ‘Uthaymeen, 2/113, 115)
2. O que foi narrado no Islam que contraria a opinião das pessoas da Jahiliyyah no que se refere a este mês.
Mencionamos acima o hadice de Abu Hurayrah, narrado em al-Sahihayn, que explica que a crença das pessoas da Jahiliyyah referente ao Safar é repreensível e que este mês nada mais é do que um dos meses de Allah e que ele não tem vontade própria, ele passa e está sujeito ao controle de Allah.
3. Inovações e crenças corrompidas referentes a este mês, existente entre pessoas que se dizem muçulmanas.
(1) Perguntou-se ao Comitê:
Alguns exegetas de nosso país afirmam que na religião islâmica existe uma oração naafil (superobrigatória) que é feita na última quarta-feira do mês de Safar, na hora da oração Duha (no meio da manhã), consistindo de: quatro rak'ahs com um taslim. Em cada rak'ah devem ser recitadas as Suratas al-Fatiha e al-Kauthar 17 vezes, a Surata al-Ikhlas 50 vezes, al-Mi'wadhatayn (as duas últimas suratas do Alcorão), uma vez cada. Isto é feito em cada rak'ah, e em seguida diz-se salam e quando disser salam está prescrito que deve recitar "E Allah tem todo o poder e controle sobre Seus Assuntos, mas a maioria dos homens não sabe". (Yusuf 12:21) 360 vezes, e Jawhar al-Kamal (a essência da perfeição) três vezes e acabar dizendo,
"Glorificado seja o Senhor, o Senhor da honra e do poder! (Ele está livre) daquilo que atribuem a Ele! E a paz esteja com os Mensageiros! E louvado seja Allah, Senhor do 'Aalamin (universo) (ser humano, gênios e tudo o que existe)" (al-Saffat 37:180-182)
E eles fazem a caridade ao pobre e dizem que esta ayah é especial para proteger contra as calamidades que chegam na última quarta-feira do mês de Safar.
Eles dizem que durante o ano 320.000 calamidades descem e tudo chega na última quarta-feira do mês de Safar. Portanto, este é o dia mais difícil de todo o ano. Mas aquele que recitar esta oração da forma descrita, Allah protejerá com Sua generosidade de todas as calamidades que chegarem neste dia e elas não se aproximarão da pessoa mas afetarão àqueles que não fizerem esta oração, como os bebês. Será verdade?
Os exegetas do Comitê responderam:
Louvado seja Allah e que a paz e as bênçãos estejam com Seu Mensageiro e com sua família e companheiros.
Desconhecemos qualquer base no Alcorão ou na Sunnah que fundamente a oração naafil mencionada na pergunta. Não temos prova de que alguém entre os salaf desta Umah ou os justos da última geração tenha feito esta oração naafil. Portanto, é uma inovação repreensível.
Foi narrado que o Mensageiro de Allah (saw) disse: "Aquele que pratica uma ação que não esteja de acordo com os nossos assuntos (Islam), esta ação será rejeitada." E disse: "Aquele que inova alguma coisa neste nosso assunto não é parte dele, será rejeitado."
Quem atribuir esta oração e as coisas que ela diz ao Profeta (saw) ou a qualquer dos Sahabah (ra) está inventando uma mentira séria e Allah lhe dará a punição que merece por suas mentiras. (Fataawa al-Lajnah al-Daa’imah, 2/354)
(2) Shaykh Muhammad ibn ‘Abd al-Salaam al-Shuqayri disse:
Os ignorantes têm o costume de escrever os versos do salam assim: "Salam (qua a paz) esteja com Noé (de nós) entre os 'Alamin (humanidade, gênios e tudo o que existe)!" (Al-Safat 37:79), etc., na última quarta-feira do mês de Safar, e em seguida os colocam em recipientes e bebem e buscam bênçãos daí e se presenteiam uns aos outros, porque acreditam que isto os afastará das coisas ruins. Esta é uma crença falsa e uma superstição censurável, uma inovação repreensível que deve ser condenada por todo aquele que presencie isto. (al-Sunan wa'l-Mubtada'aat, p.111, 112)
4. O que aconteceu neste mês em termos de campanhas militares e acontecimentos importantes na vida do Profeta (saw)
São muitos os eventos ocorridos neste mês e citaremos, abaixo, alguns deles:
(1) Ibn al-Qayyim disse:
"Então ele mesmo [o Profeta (saw)] continuou com a campanha militar de al-Abwaa', também conhecida como Waddaan. Esta foi a primeira campanha militar de que ele participou. Aconteceu no mês de Safar, doze meses após a Hégira. A bandeira, que era branca, foi carregada por Hamza ibn 'Abd al-Mutalib. Ele indicou Sa'd ibn 'Ubadah para ocupar o seu lugar em Medina (durante sua ausência) e partiu com os muhajirin para interceptar a caravana de Coraix, mas não houve luta.
Durante esta campanha, ele firmou um tratado de paz com Makhshiy ibn ‘Amr al-Dumari, que era o chefe da tribo Bani Dumrah naquela época, acordando que ele não atacaria Bani Dumrah e eles não o atacariam, que eles não se juntariam a qualquer outro grupo para atacá-lo e que eles não ajudariam qualquer inimigo contra ele. Este tratado entre eles foi escrito e o Profeta se afastou por 15 noites." (Zaad al-Ma’aad, 3/164, 165)
(2) E ele disse:
"Quando Safar chegou (no ano 3 da Hégira), algumas pessoas de ‘Adal and al-Qaarah vieram até ele e disseram que havia muçulmanos entre eles e pediram que ele enviasse alguém que lhes ensinasse o Islam e o Alcorão. Assim, ele mandou seis pessoas com eles, de acordo com o relato de Ibn Ishaq. Segundo al-Bukhari, o número era de 10. Ele indicou Marthad ibn Abi Marthad al-Ghanawi como chefe e entre eles estava Khubayb ibn'Adiy. Eles foram e quando alcançaram al-Raji - que é uma água que pertence a Hudhayl em algum lugar do Hijaz - eles os traíram e procuraram o socorro de Hudhayl contra eles. Assim eles vieram e os cercaram; a maior parte deles foi morta e Khubayb ibn ‘Adiy e Zayd ibn al-Dathinah foram feitos prisioneiros. Foram levados a Meca e vendidos porque eles tinham matado alguns líderes do Coraix na batalha de Badr." (Zaad al-Ma’aad, 3/244)
(3) E ele disse:
"No mesmo mês de Safar, no ano 4 da Hégira, houve a batalha de Bi'r Ma'unah (o poço de Ma'unah), que pode ser resumida da seguinte forma:
Abu Baraa’ ‘Aamir ibn al-Maalik, que era conhecido como Mulaa’ib al-Asinnah, veio ter com o Mensageiro (saw) em Medina, que o convidou para o Islam. Ele não se tornou muçulmano mas não parecia que estivesse longe de o ser. Ele disse, 'Ó Mensageiro de Allah, por que você não manda seus companheiros ao povo de Najd para convidá-los para a religião? Eu acho que eles aceitariam.' O Profeta (saw) disse 'Receio que o povo de Najd possa fazer-lhes mal.' Abu Baraa' disse: 'Eles terão a minha proteção.' Assim, ele enviou 40 homens, de acordo com o relato de Ibn Ishaaq. Segundo al-Sahih, o número era de 70, e o que é narrado no al-Sahih é o correto. Ele indicou al-Mundhir ibn ‘Amr, um membro de Bani Saa'idah que era conhecido como al-Mu'annaq, para liderar o grupo. Eles estavam entre os primieiros, os melhores e os mais virtuosos muçulmanos. Eles viajaram até que pararam em Bi'r Ma'unah - que fica entre as terras de Bani 'Aamir e o harrah (campo de lava) de Bani Sulaym - onde acamparam. Então, enviaram Haram ibn Milhaan, o irmão de Umm Sulaym, com uma carta do Mensageiro de Allah ao inimigo de Allah, 'Aamir ibn al-Tufayl. Ele sequer olhou para a carta e ordenou a um homem que apunhalasse o mensageiro pelas costas com uma lança. Quando ele foi apunhalado e viu o sangue disse 'Venci pelo Senhor da Caaba (isto é, alcançou o martírio).' Em seguida, o inimigo de Allah imediatamente pediu a Banu 'Aamir que matasse o resto (dos muçulmanos), mas eles não atenderam por causa da proteção de Abu Baraa'. Então ele pediu a Bani Sulaym, e 'Asiyah, Ra'l e Dhakwaan que respondesse a ele. Eles vieram e cercaram os companheiros do Mensageiro de Allah e lutaram até que fossem mortos, exceto Ka'b ibn Zayd ibn al-Najjaar, que foi encontrado ferido entre os mortos. Ele viveu até morrer na batalha de al-Khandaq. 'Amr ibn Umayyah al-Dumari e al-Mundhir ibn 'Uqbah ibn 'Aamir foram cuidar dos animais dos muçulmanos e viram um pássaro pairando sobre o campo de batalha. Al-Mundhir ibn Mohammad chegou e lutou contra os mushrikin até morrer juntamente com seus companheiros e 'Amr ibn Umayyah al-Dumari foi feito prisioneiro. Quando ele lhes disse que era de Mudar, 'Aamir raspou sua cabeça e o libertou em nome de sua mãe, que estava obrigada a libertar um escravo. 'Amr ibn Umayyah voltou e quando chegou a al-Qarqarah min Sadr Qanaah (uma localidade) ele descansou sob a sombra de uma árvore. Os dois homens de Bani Kilaab chegaram e descansaram com ele e quando dormiram 'Amr os matou. Ele pensou que tinha vingado as mortes de seus companheiros, mas eles tinhas um tratado com o Mensageiro de Allah que ele desconhecia. Quando ele chegou (a Medina) contou ao Mensageiro de Allah o que tinha feito e ele disse, 'você matou duas pessoas pelas quais certamente terei de pagar o diyah (dinheiro de sangue).'" (Zaad al-Ma’aad, 3/246-248)
(4) Ibn al-Qayyim disse:
"Quando ele se pôs a caminho de Khaybar, era o fim do mês de Muharram, e não o começo, e ele a conquistou no mês de Safar." (Zaad al-Ma’aad, 3/339-340)
(5) E ele disse:
Seção sobre a campanha de Qutbah ibn 'Aamir ibn Hadidah para Khath'am.
Este evento aconteceu no mês de Safar, do ano 9 da Hégira. Ibn Sa'd disse: "Eles disseram: o Mensageiro de Allah enviou Qutbah ibn 'Aamir com 20 homens para uma região de Khath'am no final de Tibalah e ordenou-lhe que iniciasse um ataque. Eles saíram com dez camelos e revezavam as montarias. Eles capturaram um homem e o interrogaram mas ele não falou e então começou a gritar, dando o alarme, por isso eles o mataram. Eles esperaram até que as pessoas tivessem ido dormir e iniciaram o ataque. Houve uma luta intensa que resultou em muitos feridos de ambos os lados. Qutbah ibn 'Aamir matou quem ele quis e os muçulmanos levaram o gado, as mulheres e as ovelhas para Medina. Diz a estória que as pessoas se reagruparam e os perseguiram quando Allah enviou uma grande enchente que se colocou entre eles e os muçulmanos e os muçulmanos levaram o gado, as ovelhas e os prisioneiros enquanto eles procuravam atravessar as águas sem o conseguir, até que eles tivessem ido." (Zaad al-Ma'aad, 3/514)
(6) E ele disse:
"Um delegação de 'Udhrah veio ter com o Mensageiro de Allah no mês de Safar, do ano 9 da Hégira, que consistia de 12 homens, inclusive Jamrah ibn al-Nu'maan. O Mensageiro de Allah disse: "Quem são estas pessoas?" O porta-voz falou: 'Algumas pessoas que talvez você conheça; somos de Bani 'Udhrah, o irmão de Qusayy pelo lado de sua mãe. Somos o povo que apoiou Qusayy e expulsou Khuzaa'ah e Bani Bakr do Vale de Meca. Temos parentes e famílias em comum.' O Mensageiro de Allah disse: 'Bem vindos, eu os conheço bem.' Eles se tornaram muçulmanos e o Mensageiro de Allah lhes deu as boas novas sobre a conquista de Shaam (Síria) e a fuga de Heráclio para uma parte bem protegida de seu país. O Mensageiro de Allah os proibiu de consultar adivinhos e de oferecer os sacrifícios que eles costumavam oferecer, dizendo-lhes que só estavam obrigados a oferecer o udhiyah (o sacrifício do Eid al-Adha). Eles ficaram alguns dias na casa de Ramlah e depois partiram." (Zaad al-Ma'aad, 3/657)
5. Hadices falsos que foram narrados referentes a Safar.
Ibn al-Qayyim disse:
Seção dos hadices que dão as datas dos acontecimentos futuros.
Isto inclui hadices nos quais se menciona tal e tal data, como, por exemplo: "No ano tal e tal, acontecerá tal e tal coisa" ou "No mês tal e tal, acontecerá tal e tal coisa."
São como as palavras de um grande mentiroso: "Quando a lua se eclipsar no Muharram, haverá um aumento nos preços, lutas, e o governante será desviado das questões públicas e quando o eclipse for no mês de Safar tal e tal coisa acontecerá ... " e assim por diante, como o mentiroso disse referente a todos os meses.
Todos os hadices deste tipo são falsos ou inventados. (al-Manaar al-Munif, p. 64)
E Allah sabe mais.
Fonte: sbmrj.org.br