O Islam

A palavra Islam significa submissão total e voluntária, mas não submissão às necessidades do homem comum: submissão apenas e integralmente à vontade de Deus.

Para os  muçulmanos, as desgraças e dores do mundo não são castigos do Criador, mas dores causadas pelo próprio homem na sua busca insana de ser ele mesmo um "deus".

A religião islâmica prega o respeito à vida, ao indivíduo, ao Estado, à propriedade, à ordem e sobretudo à justiça. É baseado nestes princípios, que a vida de todo muçulmano deve ser guiada.  Acreditamos que Allah (tradução para o árabe da palavra Deus) ao criar o homem, o faz sem privilégios de uns em relação aos outros. Todos tem a mesma forma, a mesma essência, possuem os mesmos direitos e deveres, que são o direito à vida, ao respeito, ao trabalho, à dignidade e o dever de seguir as leis sociais, mas sobretudo as leis que Allah determinou.

Para um muçulmano, o homem é apenas uma criatura de Deus, sendo que tudo, com exceção do Criador é criatura mortal, dependente e falível. O homem existe para seguir Seus desígnios e somente Ele é merecedor de adoração. Nada pode ser comparado a Ele em qualquer aspecto pois Ele é absoluto em todos os sentidos. Só Ele possui o poder da criação e do conhecimento da alma e pensamento de suas criaturas.

Toda ação realizada com a certeza de que corresponde à vontade de Deus, é uma forma de adoração. No Islam existem cinco atos de adoração que norteiam a vida :

·                    Crer que Deus é único e que Muhammad é seu Profeta;

·                    Cumprir as cinco orações diárias, que purificam o coração, aproximam Criador e criatura, além de direcionarem o homem à moralidade e controle de suas ações;

·                    Jejuar no mês de Ramadã, o nono mês do calendário islâmico (que é lunar ). Com isso desenvolvemos a paciência, a solidariedade e a força de vontade para resistir às dificuldades;

·                    Pagar uma taxa anual chamada Zakat, obrigatória para todo aquele que tiver condições financeiras para isso. É utilizada para auxiliar os pobres e a sociedade em geral. Isto ajuda a estabelecer o equilíbrio econômico e a justiça social;

·                    A realização da peregrinação à cidade de Meca ao menos uma vez na vida, para todo aquele que tiver condições físicas e materiais para fazê-la. É o momento do encontro da comunidade muçulmana que traz para o coração de cada um a vivificação da fé.

Além disso, todo muçulmano deve crer nos anjos, nos livros (Mensagens reveladas à Abraão e Moisés, Torá revelada à Moisés, Salmos revelados à David, Evangelho revelado à Jesus e no Alcorão revelado à Muhammad), crer na ressurreição, crer no dia do juízo final e crer na pré-destinação.

O livro sagrado do islamismo é o Alcorão, que se constitui num código de vida completo, abrangendo todos os aspectos da vida do ser humano, desde seu nascimento até sua morte, as relações sociais, comerciais, legislativas. Não existe um único aspecto para o qual Deus não tenha, através dele,  dado uma orientação.

O Alcorão é  a base da religião islâmica e é complementado pela "Sunnah" do Profeta Muhammad, que nada mais é do que  a explicação e demonstração na prática das ordens de Deus que foram  prescritas no mesmo. Constitui-se no único dos livros sagrados que se mantém preservado originalmente, não tendo sofrido nenhuma modificação desde sua revelação. Já a Bíblia sofreu inúmeros acréscimos e possui trechos inteiros que foram reinterpretados e reescritos, o que acabou por alterar seu conteúdo inicial.

O Alcorão faz inúmeras referências ao Profeta Jesus, que para os muçulmanos não é filho de Deus porque   ele não tem filhos. Jesus é considerado um Profeta e como tal é respeitado e colocado no nível dos mais importantes deles. Cabe ressaltar que na visão islâmica, Jesus, assim como o Profeta Muhammad, era um ser humano e não uma encarnação de Deus na Terra. Como humanos eles eram falíveis, portanto não poderiam ser Deus pois este é infalível. Do nosso ponto de vista, a trindade não existe porque seria uma forma de associação à Deus e Ele em sua grandeza não  tem sócios. O Alcorão possui também toda uma Surata  sobre a Virgem Maria exaltando sua figura como mãe do Profeta Jesus.

No Islam não existe hierarquia eclesiástica. O que temos são pessoas que estudam profundamente a religião, seus princípios, códigos e jurisprudência, tornando-se por este conhecimento, orientadores nas comunidades. Eles dirigem a oração e devido ao conhecimento que possuem, são chamados Sheiks.

Muito se fala à respeito da mulher no Islam.  É importante salientar que as muçulmanas andam com o corpo coberto como forma de recato, porque Deus assim ordenou. Esta ordem já havia sido dada aos judeus e cristãos que por decisão posterior, resolveram “modernizar“ a religião e deixaram de cumprir uma ordem divina. No Islam  porém, modernidade significa trazer melhorias ao mundo, sem com isso desrespeitar as ordens do Criador. A palavra  de Deus é imutável e é graças a este conceito que os índices de suicídios, prostituição, abortos e crimes em geral, possuem um número tão insignificante no mundo islâmico.

Pelas leis do Islam, o ser humano, seja homem ou mulher, deve ser valorizado pela sua inteligência, pela sua moral, pela sua capacidade intelectual e não pela sua aparência. A mulher é igual ao homem em seus direitos e deveres. Já há 14 séculos a mulher muçulmana é OBRIGADA a adquirir conhecimento, pode pedir o divórcio, pode escolher o seu parceiro, pode ter independência de nome ao se casar, pode possuir riquezas suas e não tem obrigação de dividí-las ou gastar delas, possui direito a voto, possui direito a herança como filha, como esposa, como irmã, como mãe. Algumas destas conquistas são restritas até hoje no Ocidente. A sociedade islâmica é obrigada a proteger a mulher desde o seu nascimento até a sua morte. Ela não é sequer obrigada a cozinhar, lavar, passar ou arrumar a casa. Este é um dever do marido muçulmano e isto está escrito na sunnah do Profeta.  Ela faz SE quiser.

É importante que conheçamos aquilo que consideramos diferente, para que deixemos de ter receios e possamos enriquecer nosso intelecto.

Convidamos a todos que deixem de lado os preconceitos e os estereótipos e venham conhecer o Islam e os muçulmanos, compreendendo o que pensamos e nossa forma de agir e encarar o mundo.

Juntos poderemos construir um mundo mais justo.

Que Deus abençoe a todos os que n´Ele acreditam.

 

Sheikh Jihad H. Hammadeh

Vice-Presidente da WAMY

Assembléia Mundial da Juventude Islâmica

América Latina -  Brasil

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