Perguntas e Respostas II
Este espaço foi reservado para responder às perguntas que chegam à SBMRJBR sobre o Islam. Serão informações básicas para iniciantes e para todas as pessoas que estejam interessadas em conhecer a religião e outros aspectos do Islam.
O Islam é bem amplo e os colaboradores deste "site" têm procurado oferecer material que, por vezes, não segue uma gradação de exposição didática do Islam. As perguntas que nos têm chegado nos dão a oportunidade de dirimir dúvidas quanto ao próprio Islam e/ou dar a solução de problemas à luz deste. É com muita satisfação que respondemos o que se segue.
PERGUNTA Nº 06
Em 25/02/00
Agradeço a rapidez no retorno e gostaria de fazer a primeira de uma série de perguntas, sendo esta a que eu considero mais importante:
1: quais são as normas de conduta que o muçulmano deve seguir ( gostaria que se possível voce especificasse)
2: o que o Alcorão fala sobre bebidas alcólicas e cigarro
3: onde consigo comprar um exemplar do Alcorão, pois onde moro (Itaguaí, interior RJ) não consigo localizar
RESPOSTA:
A paz esteja contigo
As bases do Islam são:
A fé e o Islam (as mesmas estão explicadas no site da SBMRJBR em Islam (Os pilares da fé e os pilares da religião islâmica).
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O Islam não é tão somente um modo de vida espiritual. O Islam é um modo de vida, por assim dizer global, o Islam é um "din" (existem na nossa página vários artigos ccnceituando o que é din - o mais recente está incluso no artigo "Que língua falava Adão?).
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O Islam não é algo a ser sabido para aderir a ele posteriormente. O Islam pode ser resumido na expressão: "Acredito em Allóh e assim o sendo ponho-me em retidão". Bem, conhecer ao Criador e o que é a retidão preceituada por Ele já é um processo contínuo posto em prática enquanto se vive.
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Quanto às sugestões de leituras, contate o telefone (0XX11) 4522400 e peça à Editora Makka a remessa de livros com tópicos sobre o Islam (nós no Rio não editamos livros).
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Quanto às normas de condutas a serem seguidas pelo muslim, não constam estas numa enumeração 1, 2, 3 …. de forma pedagógica e/ou gradativa crescente ou decrescente. Por certo não é muçulmano quem não concorda com os pilares da fé e os pilares do Islam, indicados acima. Porém o muçulmano (que é submisso tão somente ao Criador) deve ter um comportamento que decorre disso, ou seja, um comportamento monoteísta. Deve saber que Allóh de tudo sabe e portanto o comportamento privado não é dissociado do comportamento público. Deve saber que Allóh não olha para as nossa figuras e formas e sim para o que há dentro de nossos corações, e assim os atos junto a Ele valem pelas intenções. Deve saber que a sinceridade é a base do din (vide definições no site), que a sinceridade é a base do relacionamente para com o Criador, para com a Mensagem trazida a nós e para com todas as gentes adeptas ou não de sua maneira de ser. Deve saber que a fé não é uma questão de anseios e sim, o que está alicerçado no coração e confirmado nos atos manifestos para si e para com os outros. A fé implica em recomendar o lícito e coibir o ilícito ( de acordo com os parâmetros muçulmanos destes) e daí consiste desde a adoração correta do Altíssimo à remoção do detrito do meio do caminho das gentes.
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O Alcorão proibiu o Khamr. Esta palavra significa tudo que altera a razão ( al kamr me khómara al akl). O álcool é palavra que vem do árabe al cohool e é uma família de substâncias químicas imensa. Há uma outra palavra em árabe que é al ghaool mencionada no Alcorão e é dito que sua ausência na bebida servida no paraíso faz com que esta não seja embriagante nem altera a razão. Houve confusão devido à semelhança de pronúncia e à inexistência de letras guturais nos alfabetos itálicos fundindo os dois nomes em um só. O Alcorão proíbe todo e qualquer inebriante e/ ou adulterador da razão, seja ele alcoólico ou não.
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Há, por outro lado, o ditame islâmico (lé darar ua lé dirór) É proíbido prejudicar e auto-prejudicar-se. É conhecido que o cigarro é prejudicial sob vários aspectos, para si e para os outros e portanto perfeitamente enquadrável no dito acima. Por outro lado, o cigarro causa lesão cerebral puntual difusa, fisicamente constatável à anatomopatologia e que com isso concorre para o enquadramento como adulterador permanente da razão.
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Quanto ao Alcorão: Poderá contactar pessoal no telefone acima, os mesmos estão mais a par de como consegui-lo. A SBMRJBR dispõe de alguns exemplares à venda, que eu saiba ( o assunto está entregue a outro departamento) posso perguntar ao responsável como é feita a remessa. Igualmente o mesmo pode ser obtido por download no site de Foz do Iguaçú ( veja o endereço na nossa página em LINKS).
No aguardo dos seus próximos e-mails
Kemel Ayoubi pela Sociedade Beneficiente Muçulmana do Rio de Janeiro.
PERGUNTA Nº 05
Muito obrigado por sua resposta. Coloquei o site em "favoritos", espero que breve coloquem a história que estou cansado de procurar em sites do Islam. Não deve demorar muito se for igual a Bíblia, deve estar logo no começo. O diálogo começa em Gênesis 3:1. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alim?rias do campo que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse à mulher: Assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim "A serpente falava, andava e era mais esperta que as alim?rias homem e mulher. Bem fizemos alguns progressos" 3.21 E fez o Senhor Deus a Adão e a sua mulher túnicas de peles, e os vestiu. Durante os quatro meses em que freqüentei a igreja Adventista eles tinham uma explicação para cada versículo deste capítulo; a túnica representa uma visão do que estava para acontecer, Deus estava fazendo provisão para perdoar e salvar a humanidade, ela representa Jesus Cristo. Até ... Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós, sabendo o bem e o mal; ora pois, para que não estenda a sua mão, e como e viva eternamente: "Deus é aventureiro gosta de arriscar." .Se o senhor se dispuser a enviar-me a história literal que é relato do Alcorão com a interpretação que dão ficarei muito grato.
Mostrei a sua resposta para um cunhado meio nazista e ele achou como eu muito culta. Até 3 dias atrás nãotinha lido nada a respeito do islamismo. Vi alguma reportagem no GNT e contatos visuais com turcos, donos de loja de móveis. O número de famílias árabes deve ser igual a japoneses, aqui em meu bairro.Só que o número de brasileiros islâmicos é zero e o número de brasileiros budistas é de 289 famílias. Digo isto, pois fui budista durante 7 anos, tinha o cargo de Kumityo (1º cargo dentro da seita, kumi=comunidade e tyo=chefe, 20 famílias). Fiz Gojukay (conversão, batismo em 3 pessoas). Fazia Gongo ( em chinês clássico) de manhã e à noite, e passava horas recitando Daimoku Nan-Myo-Ho-Ren-Gue-Kyo. Conto Com a sua vontade... não sei nada do Alcorão. Nasci católico, já fui espirita (Alan Kardec, 1 ano e 6 meses), evangélico (diversos) total 8 anos). Posso não estar Salvo, mais estou livre, igual a Campbell, filósofo.
RESPOSTA:
Amigo leitor do nosso "site", foi em entregando os meus assuntos ao Altíssimo que sentei para responder a sua carta. Como poderia eu responder a alguém cujo íntimo clama por respostas? Como poderia fornecer-lhe a resposta-bálsamo que atenderia a tanta procura? Veio-me à mente o dito do Profeta e Mensageiro de Allóh Muhammad (a paz de Allóh esteja sobre ele): "A sabedoria é a causa perdida do crente, onde quer que ele a ache, ele é o mais merecedor dela". Espero com sabedoria poder lhe explicar e espero que você encontre no Islam e de maneira definitiva o que você muito procura. Ó Allóh, atenda às nossas conclamações.
Amigo leitor: É preciso olhar o mundo em que vivemos, e que mais parece no plano das idéias e dos comportamentos que delas derivam como que uma construção atingida por um terremoto e onde mais nada encontra-se no seu devido lugar. É preciso olhar com o olhar do Mensageiro de Allah. É preciso enxergar um ser humano desvalorizado na sua própria humanidade e que prosta-se para os sacerdotes que lhe ditam suas interpretações e exigem a declinação a estas, de ditadores dos modismos preenchedores dos vazios dos espíritos, de quem os preencheu com o que naturalmente não lhes é próprio ou com o ócio para o qual é elaborada uma ciência, e lhe é dado um nome prazeroso, refiro-me ao chamado lazer.
Neste mundo sacudido em que vivemos, o menos valioso é o ser humano. Vale menos que as mega-construções templárias dos templos em que é posto para adorar. Vale menos que as oferendas que lhe é dito para oferecer ou dos adornos que deve adquirir para sentir-se identificado com o grupo que naquele momento encontra-se em seu bojo. O ser humano é tornado um consumidor, não importa do que, desde que consuma. É preciso olhar o mundo com o olhar da Mensagem de Muhammad (a paz esteja sobre ele) e que viu um ser humano com deterioramento dos seus processos de raciocínio e onde o natural passou a ser artificial, o simples a ser complexo e o complicado a ser o executado a bem de preencher o vazio de nossas almas. Onde igualmento o teorizado é o intuitivo e vice versa, onde duvida quando tem de ter certeza e vice versa e onde o seu gosto é induzido passando o belo a ser feio e vice versa. Os sentimentos são adulterados passando a odiar o justo e o amigo conselheiro e a aceitar sem contrariedade o injusto e os conselhos impróprios. É preciso olhar e ver que atualmento servimos à "civilização" na proporção em que somos parte da edificação inerte tal qual o cimento ao invés de servirmo-nos dela.
É claro que para corrigir cada porção deteriorada deste todo, gerações de empenhos de inúmeros bem intencionados seriam necessárias. Porém o método trazido pelo derradeiro mensageiro de Allóh (ou Allah conforme é mais difundido em português) o fez em apenas 23 anos de mensagem (período duranto o qual Muhammad divulgou o islam) com pleno êxito. Esta mensagem, não é o resultado de uma cultura, e se assim o leitor acreditar ao aceitá-la, será mais um a fazer parte de um grupo estereotipado dentre os muitos que existem. Se assim o leitor a encarar ele só trocará os vazios de seu ser por outros preenchimentos que o atenderão, por quanto durar a novidade para ele.
Esta mensagem não engaja ninguém, em nada exceto aos olhos dos que não a apreciam. Esta mensagem retira quem a abraça da estreiteza do mundo para a total dimensão deste, o retira do tribalismo, do nacionalismo, do regionalismo, do estar sob uma liderança para à submissão unicamente ao único que não há como não ser submisso a Ele, ou seja, ser submisso ao Criador, ser submisso ao que é justo e verídico onde quer que esteja a pessoa do submisso (muslim em árabe significa submisso). Ser um bom patriota, um bom cidadão nas colônias européias da África, da Ásia e da América implicava e sempre implicaria em roubá-las. Está claro, o colonizador é bom para os seus e tinha que beneficiá-los. Para tal, cometia e cometerá sempre, se proceder com tais pressupostos, injustiças com os que não são do seu grupo de identificação. Assim é fácil observar o quão são injustas as tendências e quão é justa a submissão (Islam). Identifica-te como submisso ao Criador e tão somente a Ele e serás justo com todas as Suas criaturas.
O Islam não veio para substituir uma inverdade por uma mentira, ou uma agressão por outra. O Islam não veio para que o rebanho deixe de estar sob a égide do chinês, do japonês, do indiano, do francês, do inglês, do etc. e tal, para estar sob a orientação de um árabe com o seu turbante. O Islam veio para extrair as gentes da adoração delas próprias, para a adoração tão somente do Criador. O Islam veio para remover as injustiças e instituir uma vida sob o que justo para as criaturas humanas e não humanas descido diretamente da parte de quem as criou e que melhor sabe o que é melhor para o que criou para harmonizar a vida de todos. O Islam veio para conclamar ao Bem e coibir, e de maneira presente e verdadeira, o ilícito onde este não é tão somente a ilegalidade de umas normas artificializadas pelo homem e sim tudo que é injusto para todos os humanos. O Islam é dirigido ao ser humano e à consciência humana.
A esta altura parece que fugi ao tema. Porém reorientar os processos do raciocícnio é também uma prescrição islâmica. O ordenamento de uma estória é por pura didática de exposição. Acontece que a história humana e de cada qual não é didaticamente ordenada. Veja o leitor a sua própria. O Alcorão não é um livro de estórias. O Alcorão é o livro orientação para os "muttaquin", conforme logo no início diz Allóh. Os "muttaquin" são os que procuram ter ciência e por em prática tudo o que agrada ao Criador e ter ciência e afastarem-se da prática de tudo que desagrada ao Criador. O termo foi traduzido para os tementes em uma tradução para o português, note que não é só isso. Assim o Alcorão não segue uma seqüência cronológica dos fatos e sim ensina-nos sobre os mesmos. Ao reordenar o raciocínio para tal detalhe, é possível que o leitor compreenda que não achará a história acima relatada por ele no Alcorão. O que está logo no começo é o pedido que com o qual o muslim faz as suas preces. Segue-se para que serve o Alcorão, como já disse acima. Segue-se uma descrição das característica de quem são os "muttaquin" e contrapõe os atributos e o comportamento dos descrente e dos hipócritas em dando exemplos e assim por diante. Referências à criação de Adão são apresentadas quando se faz necessário lembar ao ser humano de quem ele é, da finalidade para a qual foi criado, dos ensinamentos que lhe foram transmitidos etc…… .
Na pergunta número 1 deste "site"já respondi boa parte da referência do Alcorão a Adão e da sua "zauj" e de como Ele próprio (Deus ou Allah ou Allóh em árabe) ensinou Ele próprio aos dois a pedirem -Lhe perdão. Portanto, ambos foram perdoados e o erro dos dois não foi perpetuado, nem tão pouco herdado ou propagado. Allóh enviou todos os seus profetas e mensageiros como compromisso dado por Ele à humanidade de sempre reorientá-la. Assim Noé, Abraão, Moisés, Jesus e o último dos mensageiros Muhammad ( a paz de Allóh esteja com todos eles indistintamente), todos vieram com a mesma mensagem de obediência e submissão a Allóh. Todos (embora seja estranhíssima a presente afirmação para quem não reordena o seu raciocínio) são mensageiros do Islam, ou seja, da submissão. Cite um mensageiro de Deus que não seja submisso a Deus. Assim, ninguém veio com a Salvação e sim com o método, os procedimentos que, se usados e aplicados, concorrem para o nosso êxito, ou seja, a possibilidade de dispor do Paraíso.
Para finalizar, digo que o disponível em português sobre o Islam é muito pouco se comparado ao anseio de quem quer dele se inteirar. O brasileiro que redige esta resposta percorreu um longo caminho até aqui. E o feito por um pode ser tranqüilamente feito por outros. Assim é o caso entre os nossos aqui no Rio, onde a maioria dos muçulmanos é constituída de brasileiros. Cito isto para demonstrar a perfeita possibilidade de adesão a esta crença por todos, e de que não é algo a estranhar, embora tenha ocorrido em todos nós a mais estranha das transformações e/ revoluções. Nós não somos adeptos de enigmas, somos adeptos de coisas compreensíveis e praticáveis.
Atenciosamente
Kemel Ayoubi pela SBMRJBR
PERGUNTA Nº 04
Sou cristão, porém tenho um grande interesse e respeito pela religião de vocês. Visitei o site, e me interessei. Gostaria de fazer uma sugestão: Porquê vocês não deixam disponível uma versão integral do Alcorão para downloadã Outra pergunta: o termo correto de se referir ao profeta Maomé é Mohammadã
Muito obrigado e cordiais saudações. Foi um prazer descobrir que religiões aparentemente tão diferentes, têm caminhos parecidos, afinal Deus é o mesmo.
RESPOSTA:
É com muito prazer que acolhemos a sua sugestão. Informamos que brevemente disponibilizaremos uma tradução do significado do texto do Alcorão em português, a qual será feita paulatinamente.
Ater-se à pronúncia correta de um nome, por parte de usuário de outro idioma que não o idioma do nome, é indicador de esmero, consideração e respeito ao denominado. Porém, o uso predominante de partes do aparelho fonador pelos diferentes falantes deste ou daquele idioma leva à maior facilidade ou dificuldade de pronúncia deste ou daquele fonema. A pronúncia correta do nome do Profeta e Mensageiro de Allóh é impraticável numa grafia itálica, exceto se redefinirmos os sons dos grafemas a exemplo, digamos, da letra "u" em português, que é pronunciada diferentemente em inglês e mais ainda em francês. Digamos que o nome do Profeta e Mensageiro (a paz de Allóh esteja sobre ele e sobre todos os outros mensageiros do Altíssimo) possa ser escrito como Mohammad ou Muhammad. Lembro que o árabe é uma língua não vocalizada quando escrita e que o é quando pronunciada mediante a colocação dos chamados movimentos nas letras, à semelhança de uma partitura musical. O tom de "abraço" (dam em árabe) da boca à letra "mim" ou seja o "m" produzirá, conforme o pronunciante, uma opção de "mo" ou "mu" com outras gradações entre as mesmas. O "h" é aspirado e pronunciado a partir da garganta, com o risco de, se assim não o fizer, pronunciar outro nome.
Lembro ao leitor que nos escreveu e que se identificou como cristão, que o nome de Jesus (a Paz de Allóh esteja sobre ele) filho de Maria, jamais foi este e que o mesmo sofreu nos aparelhos fonadores dos usuários do português uma multitude de variações que, sem a presença de alguém pronunciando-as à frente do leitor, certamente terá dificuldade de adotar uma pronúncia da qual o mesmo esteja convicto.
Finalmente, e espero não contrariá-lo, Deus é o mesmo, porém a idéia, a concepção que se tem d'Ele é bem diferente. Só a título de exemplo: É dito pelos cristãos ser Ele pai. É igualmente dito que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus. Os muçulmanos literalmente ficam horrorizados com isso. Pois Deus, que é Allóh, e o termo tem que ser este porque Allóh é uma palavra sem gênero, não é masculina nem tampouco feminina, e diria nem neutra. Recentemente, muitas cristãos,a pretexto de que Deus é pai, resolveram, em prol de uma igualdade sexual na teologia dos cristãos, dizer que Ele também é mãe. Imagine o associar agora mais estratificado na adoração a Deus, somado a uma outra associação de uma idéia antropomórfica de Deus, baseada na afirmação de que somos à imagem e semelhança de Deus, donde ser Ele igual a nósã É incutido nos cristãos, desde a mais tenra idade, nas aulas das igrejas, ser Deus um velhinho que provavelmente pouca diferença tem com um outro bom velhinho que é o Papai Noel (se as crianças não ficam confusas, os adultos ficarão, ao ter que dar explicação quanto às diferenças de denominados iguais – velho bom e bom velhinho) , que por sinal, não consta em nenhum ensinamento de Jesus e tampouco expressa nenhuma finalidade dentro da fé cristã. Se os sábios cristãos, padres, pastores, etc. … cristãos não refutam essas incorporações nocivas (põe nociva nisso e em todas elas) o leitor há de convir que o criticismo de um muçulmano disso é comentado como a natural discordância desta crença (cristianismo) do adepto de outra (no caso o Islam). Ah é uma mentirinha branca para interessar as crianças. Acho que de uma mentirinha branca a uma outra mentirinha branca a coisa fica é bem sombria. Desculpe-me, não me cabe corrigir a crença alheia e este procedimento (de não ficar corrigindo a crença alheia) é uma orientação do Profeta e Mensageiro de Allóh, Muhammad (a paz de Allóh esteja sobre ele), porém fez-se necessário como esclarecimento quanto à afirmação dita acima.
Ah, mas se Deus é um só, por que há tantas religiõesã Que eu saiba só há uma religião, que é a da submissão ao Criador, revelada diferentes vezes em diferentes épocas. Nesta religião, a última revelação concorda com a primeira revelação trazida com Nuh (Noé) e acrescida tão somente das evidências que as criaturas discernentes (nós humanos assim o somos) necessitaram e necessitam até o Final dos Tempos durante o longo percurso histórico da humanidade. Tais acréscimos foram transmitidos por Allóh através dos Seus Mensageiros às gentes (Ele, o Altíssimo, não sub-autorizou ninguém para modificar) e encerrada a cadeia dos mensageiros com a mensagem de Muhammad. Lamentavelmente, as gentes acrescentaram e retiraram à e da mensagem o que lhes aprouve. O mérito de cada qual está no ater-se ao justo-verídico com o uso do instrumental do discernimento dado a nós por Allóh e com isso ter o Êxito prometido por Ele, e Allóh não descumpre as Suas promessas.
Com todo o respeito
Kemel Ayoubi, pela SBMRJBR
PERGUNTA nº 03
Em 17/02/99
Olá pessoal da SBMRJ, "tudiu" bemã Espero que sim. Sou Jefferson Augusto 16 e de S.J. Campos, SP. E há pouco decidi ser mulçumano (submisso a Deus) e tomei como base as informações do site da SBMRJ-Brasil, aliás um dos poucos que encontrei na web com tantas informações, deixo aqui meus parabéns a todos vocês. Acontece que em um curto espaço de tempo (menos de um mês) após eu colocar em prática tudo que eu li na homepage, raciocinei, entendi e APRENDI, minha vida mudou completamente. Como exemplo eu posso citar o seguinte fato, eu saí de um quadro depressivo que se arrastava há anos, só com o simples fato de aceitar que tudo que acontecia comigo era vontade de Deus, Altíssimo e que tudo que me acontece era e é bom para mim, mesmo sem que eu consiga compreender tal benefício. Minha vida melhorou (na minha concepção, por que ela sempre foi boa sem que eu percebesse...) ainda mais a partir do momento em que eu passei a fazer as cinco orações diárias. Vocês não imaginam como eu estou feliz e em paz exteriormente e principalmente INTERNAMENTE. Por isso eu agradeço a Deus, Altíssimo em primeiro lugar sempre, e agradeço também a vocês da SBMRJ por esta magnífica fonte de informações que vocês mantêm para qualquer pessoa a qualquer hora poder mudar sua vida, seu pensar e seu agir assim como eu. Sociedade Benificente Mulçumana do Rio de Janeiro - Brasil, MUITO OBRIGADO. Eu, Jefferson Augusto me sinto um grande mulçumano, apesar de saber que eu ainda tenho muito que aprender, e gostaria de pedir a vocês que dominam o árabe que me explicassem (traduzissem) o signifacado de todas as passagens de todas as cinco orações que estão no site. Algumas eu sei como "allahu akbar, ach hado an la lillaha illallah" ou "subhamna rab byal Ázim" mas a grande parte eu não sei o significado correto e gostaria de saber. Eu peço encarecidamente que me mandem um e-mail com as traduções, ou melhor ainda, vocês poderiam colocar as traduções das orações no próprio site.
Bom, é isso a, e muito obrigado novamente e tchau.
PS.: eu vou ficar esperando as traduções, também!...
RESPOSTA:
Assalamu alaicum (a paz de Allah esteja sobre vós) (por outro lado Allóh é a Paz, é um dos atributos do Altíssimo, assim a saudação também seria a Paz – toda a paz – esteja sobre vós). Gostou ã já tem tradução e explicação!!!!!!, melhor não poderia ser.
Caríssimo irmão no islam, mediante o qual nos submetemos com tudo que há ao nosso redor ao Altíssimo: É com muita alegria que respondo à sua carta. E de início digo: "É verdade que hoje alguns dentre nós dominam o árabe (língua da revelação do Alcorão) ( a maioria aqui no Rio é de brasileiros natos e/ou muçulmanos originalmente não falantes do árabe), porém foi um caminho árduo ditado pela necessidade de ser muslim, cuja característica maior é o do abominar o intermediarismo. O árabe é importante não culturalmente, nem tampouco, retoricamente, e muito menos para sair de um grupo e adentrar outro. O conhecimento paulatino deste idioma é a garantia do irmão poder afastar, como já disse, qualquer intermediarismo e inoculação do din do islam."
O muslim pauta o seu conhecimento no dalil ( a prova) extraído da revelação, seja ela alcorânica ou da sunnah do profeta e mensageiro de Allóh "Muhammad" (a paz de Allóh esteja sobre ele).
O muslim pauta a sua fé no conhecimento, visto que o Altíssimo disse no Alcorão: "Saiba que não há outra divindade senão Allóh e portanto adorai-O". Assim a fé, ao contrário do que é dito por aí, – não é cega – ou – não necessita de provas – a fé é mencionada aqui após o conhecimento correto do que seja Allóh, e depois é dada a ordem de parte do próprio Altíssimo para, assim feito, adorá-lo.
A fé portante sofre altos e baixos como tudo que acompanha a criatura. Por certo o conhecimento e somente o conhecimento correto é o caminho para fazê-la fortificar.
Saiba que, e aqui vai um detalhe, o tauaccul é desejável e o tauécul é indesejável. Ambos são muito parecidos na pronúncia. Acontece que os resultados do exercício de cada qual são bem diferentes. O tauaccul consiste em também inteirar-se do Livro de Allóh, sentido ( o mundo em que vivemos) que não contraria o Livro de Allóh revelado ( o Alcorão). Saber que as leis da natureza, que são na verdade a Lei de Allóh em Sua criação e que o êxito definitivo no Além depende do exercício correto neste mundo, local em que praticamos os nossos atos, e que servirão para adentrarmos o Paraíso é complementar ao conhecimento do Alcorão. Quem emprega o tauaccul utiliza-se de todos o recursos licitados por Allóh e depois entrega os seus assuntos a Ele. Este é o comportamento do muslim. Já quem emprega o tauécul, deixa de se empenhar e diz que as coisas estão nas mãos de Allóh.
O muslim não é um fatalista, e a expressão MAKTUB é como se diz extra, para extraordinário. Maktub é parte da frase maktub fi al lauhi al mahfuz, ou seja: está escrito no registro preservado. Registro mantido por Allóh de todas as nossa ações e que atesta a pré-ciência do Altíssimo e é a prova documental de nossos atos.
O irmão que responde a sua carta escreveu estas linhas, quem sabe, para poder fazê-lo ver a magnificência da tua opção e de quanto esta opção honorabiliza o ser humano.
Quanto às traduções, as poremos pouco a pouco no site. Ou melhor toda vez que tiver alguma dúvida faça-nos aquele e-mail que será muito bem recebido e gratificante para todos nós. Poder ser o instrumento do seu bem-estar e ainda mais, da sua reorientação vital, ou mais ainda, o seu retorno ao estado de "fitra" foi e será sempre motivo de alegria para nós.
O seu e-mail será lido na próxima khutba desta sexta-feira.
Ua assalam
Do irmão Kemel Ayoubi pela SBMRJBR
PERGUNTA nº 2
Em 17/02/00
Gostaria de saber se tal qual o cristianismo, as religiões do Islam também personificam o Mal na figura do Diabo ou Satanás e Inferno.
RESPOSTA:
Antes de mais nada, cabe dizer que o Islam é uma crença única. Não há religiões do Islam e sim um único Islam. Ou o indivíduo acredita no Islam ou não acredita nele. Não é crente no Islam quem faz uma lista do que acredita diferente dos demais muçulmanos, mesmo que esse se intitule um muçulmano. Todos os muçulmanos acreditam numa mesma crença, a despeito das denominações várias que podem ser atribuídas a estes ou aqueles muçulmanos. É certo que há os que acham conveniente manter uma relação sincrética com o Islam. Isso é por pura conveniência, ignorância do verdadeiro ensinamento muçulmano, pela sedimentação de um imitar que se extende pela história e por outras razões variadas e díspares.
A palavra árabe para símbolo é "ramz". Quem responde a pergunta jamais a leu em nenhum dito do profeta e mensageiro de Allóh "Muhammad" (a paz do Altíssimo esteja sobre ele). Em todo o Alcorão só há uma única menção à palavra "ramz" e assim mesmo com o significado claro de "expressão gestual". Assim, a pomba não é nenhum símbolo da paz, nem tão pouco qualquer outra figura.
A paz é compreendida pelo muçulmano como um conceito a ser exercido no seu dia a dia. Um certo mensageiro de Deus (Saleh) declara o seu repúdio à tomada do Livro de Deus, em o abandonando. Cito, como exemplo, a colocação de um exemplar do Livro de Deus no hall de entrada sobre um porta-livro, sem que o dono da casa o tenha sequer folheado (fazer do Livro de Deus um símbolo ao invés de utilizá-lo como referência à qual recorre para abalizar os próprios atos), ou usar um adorno com uma imagem sugestiva sobre o peito, sem que qualquer ensinamento tenha adentrado o coração do usuário do adorno (símbolo de um pertencer ao grupo sem um engajamento realmente sincero), e assim por diante. Ah!, mas as mesquitas têm uma meia lua sobre os minaretes e este crescente é o símbolo do Islam. Negativo. Trata-se de um adorno colocado pelos arquitetos, no que foram imitados pelos que vieram depois. Por outro lado, há um número imensurável de mesquitas sem crescentes sobre os minaretes. E por falar neles (os minaretes) são igualmente um recurso arquitetônico, que visa fazer chegar o mais longe possível a voz de quem conclama os muçulmanos às preces. A lista dos supostos símbolos é interminável e é igualmente interminável a sua ista da refutação.
Dito isso, Satanás não é um símbolo, não é uma personificação do mal. Satanás é uma criatura criada pelo Criador. O inferno não é nenhuma metáfora (embora possa estar dito isto ERRONEAMENTE nos comentários dos tradutores dos significados do Alcorão para este ou aquele idioma). O inferno existe e é bem real.
Agora, como ajuizarei a questão de um Criador de tudo o que é bom (o qual enfatizo ao máximo), porém noto maldade em Sua criaçãoã Arranjo um demônio e ponho a culpa nele. Mas, como a maldade é imensa, fico compelido a superdimensionar o poder deste demônio, ao ponto de quase suplantar a Deus. Digo quase porque o suposto crente nesta questão acabaria com o conceito de Deus, o qual ele não pode fazer sem o risco de ficar num beco sem saída e ser levado à adoração deste mesmo demônio. Coisa que ele, no íntimo, não quer fazer. Assim, ele prossegue inclusive criando frases como: "acender uma vela para Deus e outra para o diabo".
Solução islâmica: Allóh é o Criador de todo o Bem e o Mal. Não existe na criação de Allóh nada que Ele não tenha criado. Diga-se de passagem que o processo de criação é contínuo, ou seja Allóh cria todo dia, a toda hora, a todo minuto. Allóh, ou em português, Deus (para não pensar que Allóh é um criador diferente) criou o Bem e o Mal. O muçulmano, por uma questão de boa educação, diz: o Bem vem de Allóh e o mal vem dele próprio, ou de qualquer outra criatura de Allóh.
Satanás é, em português, um designativo da criatura do Mal. Em árabe (vide para maior percebimento o artigo "Qual era a língua de Adãoã"). Quando um pirralho, ou um pestinha, ou um pimentinha, ultrapassa os limites do tolerável, diz-se que ele é "taxaitana". Ora, o Xaitan, ou em português Satanás, é a criatura de Allóh que ultrapassou, sem a possibilidade de retorno, os limites do perdão divino. Segundo o Alcorão, Allóh admite o Seu perdão para todo e qualquer erro exceto o de ser adorado em associação com outra divindade. Foi o que Satanás fez quando desobedeceu à ordem do Altíssimo, em satisfazendo a sua arrogância, em a divinizando (divinizar a arrogância própria seguindo os ditames desta em desobecendo a ordem de Allóh). Portanto, Satanás é uma criatura e não um símbolo, é uma criatura e não uma personificação do Mal. Satanás analisou, e o fez erradamente ao atribuir o motivo de seu satanismo (afastamento) ao ser humano, e não à sua arrogância, comprometeu-se em desviar o ser humano da estrada da retidão. Nisso ele usa e abusa do seu único recurso, o da sugestão. Quem a aceita em detrimento do ensinamento divino incorpora-se ao time dele. Ora, como isto é uma verdadeira luta o ser humano ora põe o pé, a perna, o tronco, o corpo no time adversário, ora retira as partes deste conforme a situação. Há quem venda o "seu passe"definitivamente para o time do Mal e assim passa a ser um seu integrante. Assim, temos satãs humanos e outros não humanos. É claro que são diferentes do primeiro Satã, que continua no "comando" de seus colaboradores.
Para finalizar, Satanás não é um anjo. Muito menos um anjo caído. É um contrasenso, pois atenta contra infalibilidade do Criador. Como é que criaturas que só o louvam e o adoram podem deixar de fazê-loã. Satanás é um "jin", que em português seria um gênio. Jin é, em língua árabe, o designativo de toda sorte de criatura que por um motivo qualquer não é perceptível temporariamente, ou definitivamente, pelos sentidos humanos. Assim, linguísticamente um micróbio é um "jin", que só é evidenciado pelo microscópio, por exemplo. Na terminologia específica do Alcorão, é um tipo de criatura discernente, tal qual o ser humano, e que foi criado por Allóh e que dentre eles há os tementes e os descrentes em Allóh. Satanás é um destes "jin".
Kemel Ayoubi - pela SBMRJBR
PERGUNTA nº 01
Em 04/02/00
Estou procurando na Internet o livro sagrado do islamismo. Até agora não encontrei. Ficaria grato se pudessem me enviar uma descrição, com comentários de uma parte. A história da queda do homem do paraíso, Deus, Adão, Eva (não sei se usam estes nomes), a árvore e a serpente. Desde já, agradeço muito qualquer colaboração.
RESPOSTA:
Em breve, o Alcorão estará sendo colocado neste site, e aos poucos. Quanto a sua questão propriamente, esclareço o seguinte: Em árabe, a palavra árabe significa habitante do inóspito. Assim, este termo refere-se a todo o habitante do vazio desértico, independentemente de seus traços raciais. Esclareço isso para poder dizer que línguas de denominações díspares, tal como o fenício, caldeu, sumério, ogarítico e até o hebreu, são idiomas arábicos. A vantagem dessa denominação sobre o termo semítico, cuja denominação derivou do nome de Sem, filho de Noé, está em poder trazer à mente uma noção da realidade geográfica, ao invés da denominação científica que limita o uso do termo aos descendentes de Sem. Por outro lado, o termo tem a vantagem de equiparar a todos como habitantes de um território sem eleger uma raça, um clã, uma tribo; desde que o usuário atenha-se ao conceito de que árabe é todo e qualquer habitante do inóspito da Península Arábifca e seus arredores. Foi-lhe dito isto a fim de tornar claro que são muito iguais, semelhantes ou bastante próximos, os termos utilizados por estas línguas. Assim sendo, quando em árabe refiro-me ao bem precioso para todos nós que vivemos, a vida, digo haiét.
O Alcorão não dá nome à mulher de Adão e a chama de zauj, que significa parte complementar. O termo é usado em árabe, indistintamente para o homem e para a mulher. Assim, a mulher é o zauj do homem e o homem é o zauz da mulher. É claro que a compreensão do usuário da língua do dia a dia será a de cônjuge e não o significado alcorânico, bem mais específico e mais bonito. Deus, ao criar o complementar de Adão, que em árabe é Adam, que vem de adim, que naquele mesmo idioma é entendido por todos como terra, certamente nos fez ver que o método civilizatório consiste em não iniciar necessariamente tudo do zero a cada recomeço. Assim, uma porção da porção de terra, Adim, que deu em Adão, serviu para obter-se uma parte complementar e viva, ou seja, tem haiét, vida. Ora, Hauewa é para aquele que no Alcorão é dito como quem aprendeu a dar nomes, seria um possível nome da parte complementar. Hauewa, se em português você não pronunciar a letra "h" e transformar a pronúncia "ua" , "w", que pelas regras dos idiomas que derivam do latim for lida como "v", está evidente que "eva" é um nome para um ser vivo e nada mais.
Agora, se deixarmos de lado a ostentação de que só os humanos do terceiro milênio têm cabeça para raciocinar e que seus ancestraris eram menos evoluídos (o que inviabiliza a preservação da espécie até os nossos dias e em condições muito mais inóspitas, sem serem tão somente arábicas, desculpe o trocadilho), igualmente os falantes dos idiomas arábicos fizeram o seu trocadilho, quando notaram que haiét, vida, e a serpente haiát são muito próximos e que podiam ser representados e também de maneira próxima. Assim, vida e cobra são desenhados de maneira muito próxima. E por que não Hauewa tambémã O tradutor traidor (como dizem os italianos) confundiu-se e confundiu a todos os que leram e lêem a sua tradução. E haja confusão. Daí não existir, creio eu, um nome para Eva no Alcorão e sim o de zauj, pois este Livro veio para esclarecer e não para confundir. É que o Alcorão diz no início do 2º capítulo, falando justamente da história de Adão. Ora, se a serpente é o resultado da confusão do tradutor e de todos os pouco empenhados em discernir o erro do que já não é o livro sagrado, então fez-se a confusão.
O Alcorão só é Alcorão no idioma em que foi revelado, no caso, o árabe propriamente dito. Não se considera a tradução como o Alcorão, uma vez que é o entendimento humano que comete o desvio que aqui junto à origem é mínimo e que mais adiante é máximo. É só ter em mente um ângulo para ver que a cada ponto das semi retas que dele partem o ponto de vista é cada vez mais distante. Por outro lado, o árabe só forma plural a partir de três e não de dois, como no português. Assim, o tratamento dual na conjugação do verbo é simplesmente exterminado quando se traduz o comentimento do erro por parte de Adão e de sua parte complementar. Assim quando em árabe, e conforme está no Alcorão, Deus diz que Adão e seu zauj (ambos) escorregaram e o verbo termina em humé, como denotativo de dual, nos idiomas que não conjugam o verbo no dual, ou vira que só ele escorregou, ou só ela escorregou, ou que Adão, Eva e uma tal de haiát (vide acima), que é uma serpente, que resolve aparecer para transformar um ensinamento sério em uma lenda. Daí, os críticos do ensinamento revelado dizerem ser a revelação uma lenda dos primitivos. Deus aplicou o método pedagógico do ensinar, testar em pondo à prova, justamente para preparar o novo habitante da terra, como é assim dito no Alcorão, para a bagagem necessária ao califado, ou seja, à gerência da terra.
Vide comunicação de Deus aos anjos quanto a isso. Ora, uma vez errando e tendo aprendido com o erro, Adão e sua zauj teriam que sair de onde estavam para por em prática no cenário onde atuariam. Deus diz que criou Adão para ser o califa, ou seja, o gerente, ou até o sucessor, podendo disto supor-se que o ser humano descendente de Adão sucedia alguém na terra nesta função. O gerente não pode trabalhar sem paz de espírito, daí ele não pode a toda hora ficar preso ao pecado que, no caso, é o tal de Pecado Original. Deus ensinou, conforme está no Alcorão, a Adão e sua zauj a (ambos) pedirem perdão - o verbo aqui é também conjugado no dual. E Deus perdoou, conforme também está no Alcorão, a ambos (o verbo aqui é também conjugado no dual). Assim ambos, e com a promessa de envio de orientadores a posteriori, ou seja mensageiros de parte do Altíssimo aos descendentes do casal, ambos vieram à terra.
Ambos sem Pecado Original. Quanto ao episódio de comer da árvore (que não é dito de que tipo) (ora se Deus mencionasse seria uma segregação e tanto contra a mesma). A tal da Eva que não tem culpa de nada é responsabilizada, o que dizer de uma pobre árvore.!!!!!!!!!. Novamente o dual é o usuado para conjugar o verbo que descreve o pegar o fruto. Ambos o fazem e ambos o fazem ao mesmo tempo. E Deus, muito Sábio e discreto, não diz no Alcorão quem alcançou o fruto primeiro. Ele não disse, e a inocente leva a culpa, imagine se isto constasse no texto. É uma troca infinita pelo tempo infinito de infinitas acusações e lamúrias. Porém o ser humano, dado a detalhes, insiste querer saber o que só atrapalha e foi assim, como o é para todos os que crêem na culpbilidade de Eva, a desgraça desta.
Para satisfazê-los, e considerando que o fruto foi comido por ambos, e que a iniciativa geralmente é do homem, os sábios muçulmanos dizem que foi a mão de Adão que chegou antes da mão de Eva, ou melhor, da zauj de Adão, ao fruto, e ambos comeram dele. Nisto também quem lhe escreve, e que é do sexo masculino, concorda. Pasme meu caro leitor, são justamente os muçulmanos "machistas", "repressores das mulheres", no dizer de muitos por aí quando opinam sobre os muçulmanos, são justamente eles que assumem a responsabilidade por um suposto erro (na interpretação dos seguidores do outrora divinizado tradutor traidor), uma vez que o texto deste foi tornado válido em detrimento do realmente revelado por Deus. Não recorrem à Eva para explicar um parto com dor, ou a menstração como punição, aliás assim pensado por um enorme contigente feminino.
É claro que os que pensam no envio de Jesus como uma necessidade de redimir o pecado original logo comprariam uma briga conosco. E os muçulmanos só têm a dizer que Jesus é um mensageiro de Deus e que sua mensagem é muito mais ampla do que um mal entendido de tradução. Alías, o batismo poderia ser encarado como um aliviante psicológico de quem não consegue, e com muita razão, viver sob a égide de ser um portador de pecado. Nós os muçulmanos acreditamos que todo ser humano nasce no estado natural e que os desvios são acontecimentos posteriores. Especialmente se, convenhamos, encher a cabeça e o espírito com informes desviados.
Kemel Ayoubi - pela SBMRJBR